terça-feira, 1 de outubro de 2024

Finding Paradise

Do que você se arrepende?

    Há quanto tempo, não é mesmo?  Hoje estarei aqui com um jogo conheci há bastante tempo, porém acredito que de toda a franquia To the Moon, foi o que mais me marcou depois de anos. Falo do segundo título da série, Finding Paradise. Continuando em RPG Maker XP e com uma duração de aproximadamente 5 horas, o criador Kan Gao deixou aqueles que jogaram o spin-off A Bird Story com a agradável surpresa de, os conhecimentos cientistas Neil Watts e Eva Rosalene irem atrás de descobrir o desejo do protagonista da spin-off, agora idoso e com seu nome revelado: Colin Reeds. Ele é pago, mas tem tradução para o português brasileiro e está disponível para PC, Switch e Celular.

    Para quem não é familiarizado com To the Moon, neste universo existe uma empresa chamada Sigmund Corp., que realiza os desejos daqueles em estado terminal através da criação de memórias artificiais na pessoa que contratou, uma espécie de oportunidade de viver aquilo que eles não puderam viver em vida, uma forma de partir sem arrependimentos. 

    Entretanto, em Finding Paradise, os cientistas que protagonizam a série encontram um dilema: este cliente nunca especificou algo. Apenas disse que era para consertar as coisas pequenas de sua vida e que estaria satisfeito. Resta aos dois, então, navegar pelas memórias deles e descobrir que tipo de grande evento podem usar de base para reconstruir a vida dele.  


    A narrativa continua sendo um ponto forte nos jogos da Freebird Games, aqui vendo não só um pouco mais do humor inocente que a franquia carrega explorando a mente de uma pessoa bem imaginativa — algo que é mostrado de forma sutil em A Bird Story — como a genialidade em fazer o jogador criar uma linha de raciocínio do que poderia ser o próximo passo do enredo até o plot twist mudar tudo. E nem é forçado, afinal, a linha do lógico é bem bagunçada aqui, cenas se tornam mais dramáticas e surrealistas simplesmente porque é como Colin via elas. 

    Obviamente, para um RPG com narrativa um pouco surrealista, a parte visual precisa acompanhar, algo que a equipe artística e de programação devem ter se divertido muito fazendo. Se prepare para um momento de exibição de formas diferentes de jogar um RPG Maker só porque... Sim. As pixel arts continuam entregando uma movimentação teatral, e eles ficam mais ousados para trazer a imersão e diversão para os momentos necessários. 

    Disso tudo, o que me marcou foi justamente o plot twist. Diferente de To the Moon, em que o paciente Johnny sabe o que quer (Ir para a lua) e a gente descobre a motivação deste desejo, Colin não tem nada de pista inicial. O resultado disso são duas histórias completamente diferentes em termos de abordagem. No primeiro jogo, temos um fechamento de ciclo, um final feliz — e um pequeno cliffhanger se me permite dizer. Aqui, é bem mais complexo. Já adianto que no final é achado algo para ser reescrito sim, mas que põe uma discussão muito real. 

    Para mim, enquanto To the Moon é quase um conto de fadas... Finding Paradise parece uma fábula. Não um verídico (apesar da ironia de Kan Gao ter passado por aulas de aviação), mas como um texto que te coloca para refletir não sobre o que podia ser diferente em sua vida, mas sobre as coisas que estão ali. Agora e ao seu redor. 

    Eu tive bastante dificuldade em começar a falar desse jogo, porque é quase criminoso não se aprofundar nas questões que ele traz, mas como a proposta é uma olhada mais introspectiva sobre nós mesmos e o que nos motiva a continuar, creio que a conclusão seja algo que deva ficar consigo. E ser levado consigo. 


    Acredito que nem tenha graça comentar a música dos jogos da Freebird, porque sério, não tem erro. Admito que To the Moon continua o título com melodias mais marcantes de todos até agora (e com isso estou pondo Impostor Factory, o terceiro jogo, também) porém a adição de violoncelo foi bem-vinda e maravilhosa. E fora os momentos surreais, infelizmente o jogo ainda sofre com a gameplay padrão de um RPG Maker e narrativa lenta e pouco dinâmica, mas quem já é fã da franquia sabe que o ponto desses jogos é serem histórias interativas, então veja isso como bem entender. Eu vejo isso como um respiro de um mundo que quer causar um excesso de estímulo em nós. 

    Em suma, se você tinha medo se Finding Paradise era uma continuação à altura, não se preocupe. Ela vale cada centavo. Não é um causador de lágrimas como seu antecessor foi, mas os elementos contidos aqui são profundos e te fará pensar em muita coisa, para a vida toda. Ainda sim chorei, fique avisado. 

Dito isso, dê uma chance. E veja até onde uma viagem pelo avião de papel pode te levar. 



Link para compra na Steam 

 Link da play store e app store 

● Link para a versão Switch 

● Gameplay de Alanzoka 

● 🐝 (Mais?) 

-Neil.

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Mais jogos da Freebird games: 


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9 comentários:

  1. um belo sinal de vida em

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  2. Muito bom ver postagem no blog!!!

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    1. Terá mais postagens em breve, espero poder criar entretenimento enquanto preparamos coisas atrás da cortina <3

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  3. que saudade de vocês! acredita que descobri esse blog com uns 12 e agora tenho quase 23? vcs literalmente fizeram parte da minha infância hahahaha <3 um beijo e tudibão

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  4. "Uma faísca na escuridão pode acender um coração"

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  5. a melhor notícia em tempos, muito obrigado dios

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  6. tenho o jogo comprado, mas ainda n joguei, queroooo muitoooo!

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