terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Concurso Zero Corpse (Creepypasta) - Vencedor: Ao Oni 7.6

       Se alguém anda acompanhando nossa página no facebook, soube que há um tempinho se encerrou o concurso que se dividia em três categorias: Cosplay, Desenho e Creepypasta.

       A Creepypasta vencedora iria ser publicada no blog. E eis que enfim decidimos um vencedor: A Creepypasta de Ao Oni 7.6, escrito por Vitoria Yukihime.

       Dou meus parabéns pois foi um texto que seguiu de fato o gênero creepypasta. Agora, sem demora, o texto vencedor!


“O post ficou ótimo, mas você esqueceu a versão 7.6.
Tem disponível as traduções em inglês, português, francês e búlgaro
Deixo aqui o link pra download em português, caso queiram conferir”

        ... Estava lendo um post da Neil na Zero Corpse, sobre as versões de Ao Oni. Apesar de gostar bastante desse jogo, só tinha jogado até então a versão 6.2. Fiquei particularmente curioso com a versão 7.6, que alguém com o avatar do Oni em sua versão Caterpillar e o nick “SynDem” mencionara nos comentários. Não pensei duas vezes antes de baixar. Pois bem. Comecei a jogar.

       Aparentemente, nada novo. Parecia idêntico à versão 6.2, mas tentei seguir paciente. Fui com o Hiroshi à cozinha, peguei o pedaço de prato... Encontrei Takeshi tremendo no armário, peguei a chave da biblioteca, fugi do Oni... Enquanto resolvia o puzzle do piano, já achava que não era uma versão nova coisa nenhuma, que ou a pessoa se enganara ou era um troll qualquer. Mas ainda assim era Ao Oni, valia a pena jogar.     

       Porém, quando fui ver Mika, no quarto das crianças, o avatar dela estava chorando. Ela dizia que estava com medo, e não queria morrer. Me acostumei a ela com medo sim, mas bem mais controlada, e com o mesmo avatar todo o tempo. Vê-la daquele jeito me abalou, sabia que ela não sobreviveria por muito tempo. Escolhi a resposta "Venha comigo", mesmo sabendo que ela não viria. E de fato, ela ficou por lá. Resolvi não perder mais tempo, e peguei o fluido de isqueiro em cima da estante, prosseguindo com o jogo.

       Abri a porta escondida perto dos tatames com a maçaneta da porta falsa, acendi a vela, afastei a estante, passei pela porta, abri a jaula, entrei, fechei a porta da jaula pro Oni não entrar... Enfim, tudo que já fiz tantas vezes enquanto testava os cheat codes. Quando usei a chave do porão, ouvi Mika gritar. Mas o grito parecia diferente da versão 6.2. A essa altura, já pensava que se tratava de um fangame modificando algumas partes do jogo. Fui ao quarto onde ela estava, saí rápido pra fugir do Oni.

       Até aí tudo bem. Após despistá-lo, voltei esperando encontrá-la pela enésima vez caída de bruços, com uma quase imperceptível poça de sangue abaixo dela. Mas ao chegar ao quarto, a vi de joelhos, soluçando. “Não quero isso... Não quero...”. Hiroshi buscou acalmá-la, dizendo que o monstro já tinha ido embora. E pediu novamente pra que fosse com ele, que seria mais seguro do que ficar sozinha. E desta vez, Mika entrou no grupo.
  
       Fui com ela ao porão. Entrando na sala ao oeste, foi ela quem percebeu que tinha algo em cima da estante. Fiquei surpreso com isso, geralmente o Takeshi faz todo o trabalho sozinho, então né... Empurrei a cadeira pra buscar a chave da gaiola do porão, na estante ao sul da sala anterior. Nessa parte eu encontraria a Mika e ela se transformaria em Oni, mas nessa versão ela estava viva... Estava aliviado, mas não pude deixar de ficar me perguntando como ela sobreviveu. Afastei as estantes ao norte do local, achei mais um cofre. Fui para leste até chegar à sala escura, onde eu acenderia a vela e descobriria a senha olhando através das barras da gaiola. Sim, eu decorei todo o roteiro (rs) ... Mas de qualquer forma... Antes que eu usasse o isqueiro, Mika começou a falar. Estava sem o avatar, e tinha uma dublagem em japonês sussurrando. “Ei... Hiroshi...” “Quando você fugiu... Eu ainda estava viva...”.

       Era só um jogo, mas meu sangue gelou. A voz dela não parecia sair da caixa de som. Era como se ela estivesse aqui, ao meu lado. E como se não fosse o bastante, por um instante o rosto do Oni ocupou toda a tela. Fui rápido ao menu escolher o isqueiro, e quando o fiz, notei que ela não estava mais no grupo. Acendi a vela. Olhei através das barras e peguei a senha. Voltei ao cofre, peguei a chave do anexo. Fui usá-la, já pronto pra fugir da Mika transformada em Oni, que sairia do armário. Mas nada aconteceu. Abri o armário pra verificar. Por dentro estava todo manchado de tinta azul. Pensei ter ouvido algum som do armário de meu próprio quarto. Mas pensei que fosse apenas paranoia minha.
  
       Ao passar pela porta do anexo, me dirigi sem demora ao quarto da forca. Peguei o boneco do olho vermelho e fui ao terceiro andar buscar o óleo pro isqueiro. Tão logo o consegui, desci ao segundo andar, indo à sala da lareira. Estranhei o fato do Oni não ter aparecido, mas a acendi e joguei o boneco, ficando com a pedra vermelha. Voltei ao terceiro andar pra pegar a senha - o calor do fogo já devia tê-la feito aparecer no papel em branco. Desta vez, junto à senha, no canto do papel havia um desenho em azul do que parecia o olho do Oni.    

       Desci de volta ao primeiro andar, indo a oeste, ao quarto onde eu não poderia entrar antes porque estava escuro e o isqueiro não acenderia. Acendi a vela, e encontrei Takeshi, tal como na versão 6.2, mas o avatar dele parecia ainda mais apavorado que o normal. O diálogo era quase o mesmo, exceto pela última frase. “Por isso, Mika...”. Logo depois que ele saiu correndo, empurrei a estátua que lá estava até a escadaria, para quebrá-la e pegar a pedra azul. Estava com uma sensação muito estranha. O Oni já devia ter feito uma de suas aparições aleatórias, mas nada aconteceu. Em contrapartida, enquanto jogava eu me sentia observado o tempo todo...      

       Fui ao quarto onde estava o boneco sem olhos. Coloquei ambas as pedras, peguei a cabeça dele. Notei que tinha me esquecido de pegar a lâmpada para por no lugar da cabeça, então fui buscá-la no segundo andar. Quando entrei naquele quarto, não sabia o que sentir. Havia lá um Oni do tipo Blockman. Morto. Envolto num sangue azul escuro, de textura estranhamente realista. Seus grandes olhos fixos em algum ponto distante, mas a mim parecia que estava me encarando. Peguei a lâmpada, saindo logo dali. Voltei ao primeiro andar, ao quarto onde havia agora um boneco sem cabeça. Coloquei a lâmpada, desliguei o interruptor e usei o pedaço de prato pra tirar o papel de parede da frente da porta que a sombra do outro boneco indicava. Liguei novamente o interruptor e voltei ao quarto da forca a fim de usar a cabeça do boneco para resolver aquele puzzle impossível, já esperando encontrar Takeshi enforcado. E realmente estava. Mas o pescoço dele estava em um ângulo estranho, que me deu arrepios.

       Usei a senha do cofre, pegando a chave do porão. Quando estava pra sair, como de costume o corpo de Takeshi caiu no chão, mas mesmo sabendo o que iria acontecer, levei um breve susto pelo forte som de estalo antes disso. Salvei o jogo, já pronto pra fugir dele transformado em Oni. A perseguição não mudou, exceto por um detalhe que me deu uma dose extra de medo. Ele estava sem os olhos. Apenas dois buracos escuros, de onde escorria seu sangue escuro e azulado. Esquecendo que nas últimas vezes isso não adiantou nessa parte, me escondi em um armário. Esperei. Esperei. E ele abriu a porta. Com os olhos vazados e um sorriso sinistro, ele estava à minha frente. Voltei onde tinha salvado o jogo. Desta vez consegui escapar. Mas quando voltei ao armário onde tinha me escondido antes, notei que dentro dele havia manchas de sangue.

       Usei a chave do porão. Devido aos eventos anteriores, aquele ambiente escuro me deixou mais nervoso que das outras vezes. Para meu alívio, o jogo seguiu normalmente, sem maiores incidentes. Passei pela porta do código de cores. Na versão que tanto joguei, eu seria perseguido pela Mika e pelo Takeshi, ambos transformados em Onis. Mas para minha surpresa, quem veio atrás de mim foram Onis dos tipos Blockman e Squatto. Entrei na primeira porta, me escondi no armário e esperei. Quando foram embora, saí e peguei o disco embaixo do tapete. Em seguida, fui para o quarto mais ao norte, onde eu encontraria Takuro. A única modificação no diálogo foi ele dizer que esteve pesquisando alguns dos livros que encontrou. Com isso, lembrei que, quando peguei a maçaneta da porta falsa, ele não veio falar comigo como faz na versão 6.2. Além do vinagre, ele me entregou um bilhete que dizia: “Onis não podem sair dos limites da mansão”.
   
       Voltei algumas salas, chegando àquela onde havia uma banheira. Esvaziei, peguei a chave vermelha e tirei dela a ferrugem usando o vinagre. Foi mais uma parte sem modificações. Resolvi o puzzle usando o disco, peguei a barra de metal, formei a chave da porta escondida. Porém o caminho que levaria à saída estava diferente. Havia vários Onis mortos pelo caminho. Todos de olhos abertos, como se a qualquer momento fossem se reanimar e começar a perseguição. Querendo acabar com aquela parte logo, verifiquei a escada de corda e fui buscar Takuro. Quando voltei, o caminho estava limpo como na versão 6.2. Nenhum Oni morto. E o jogo seguiu normalmente, até a parte em que, fugindo do Oni, Takuro tropeça e cai. Geralmente Hiroshi automaticamente continuaria correndo, sem nada fazer para ajudá-lo. Mas quando Takuro tropeçou, eu ainda tinha o comando do char, tendo assim a opção de voltar para ajudá-lo. Não o fiz...

       Após despistar o Oni, voltei. Pelo visto, os Onis mortos tinham sumido de vez, mas o caminho não estava limpo como antes. Passei pelo cadáver de Takuro antes de pegar a chave da porta dos fundos. Entretanto, daí em diante o jogo seguiu tão normalmente que eu poderia até esquecer os eventos anteriores. Bem, dessa vez Takuro não apareceu atrás de mim quando peguei a última peça azul, mas não me incomodei. Só queria terminar o mais rápido possível. Claro, a Mika transformada em Oni não apareceu também. No fundo, até que gostei um pouco das partes com ela nessa versão. Como não as joguei não sei quanto às anteriores, mas na versão 6.2 o papel dela foi simplesmente... morrer. Nada além disso. E ninguém pareceu se importar. Bem, eu digo que seguiu normalmente, mas os Onis presos pareciam mais agitados que o normal.

       O final me perturbou um pouco também. Não teve a cena do vendedor tentando fugir pela porta da frente. Apenas ouviu-se um grito horrendo, provavelmente do Oni. Tal como os sussurros de Mika, não parecia sair da caixa de som. Então, abrindo a boca, ele pareceu se jogar contra a tela, como se quisesse me alcançar. O jogo se fechou sozinho.

       Foi assim o “Ao Oni 7.6”. Deletei a pasta do jogo. Achei que tivesse terminado por aí. Mas desde que joguei, me sinto vigiado. Quando passo por espelhos, penso ter visto o Oni atrás de mim, com seus olhos grandes e pele azul. Ou mesmo os meus próprios olhos, às vezes por um instante os acho parecidos com os dele. Os Onis aparecem em meus pesadelos. Há poucos dias, soube de uma morte estranha em Sofia, Bulgária. O corpo foi encontrado com a pele azulada, o que relacionaram a uma possível hipotermia. Mas as causas da morte não foram identificadas. No bolso da camiseta dele, havia um bilhete. “Logo fará um mês desde o aviso. Onis não podem sair dos limites da mansão”.

       O que aquilo queria dizer? Lembro que no comentário do post da Neil dizia que a versão 7.6 estava disponível em búlgaro também. Por curiosidade,o traduzi no Google como ficaria “Demônio Azul” em búlgaro. Синя Демона. Lê-se Sinya Demona. “SynDem”...

       “Onis não podem sair dos limites da mansão”... Será que naquele momento que ele abocanhou a tela...? Não, só estou pensando demais. Mas quero deixar isto registrado. Fazem vinte e oito dias desde que terminei Ao Oni 7.6. Não acho que algo vá acontecer apenas por causa de um jogo.

       Dois dias depois, o corpo de um garoto de quatorze anos foi encontrado às margens do rio Tietê. Estava com a pele azulada, que foi relacionada a uma possível hipotermia. Porém as causas da morte não foram identificadas.   
...

       Então, o que acharam? Gostaram? Não preciso nem dizer que amei! (E não é porque sou citada, não. -q) Digam o que achou nos comentários!

Arte da capa


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Mais de Ao Oni:

^v^v^v^v^v^v^v^v^vMais?^v^v^v^v^v^v^v^v^v


- Neil

28 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ótima Creepypasta, muito boa mesmo. Parabens para Vitória Yukihime por ter vencido o concurso!

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  3. A creepypasta está incrível >///< amei ela

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. simplesmente demais achei incrivel a historia toda
      parabens

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    2. Muito boa essa creepypasta
      só por causa desse post acho q vou jogar também





      com meu irmão do meu lado kkk

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    3. Queria q tivesse para download

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  5. Cara, eu adorei essa Creppypasta ! Realmente muito daora ! *uuu*

    Como alguém consegue ser tão bom para montar uma história e simplificá-la de uma maneira tão... Tão incrível ? ! Essa Creppy daria uma Fanfic. Sem dúvidas !

    Vitória Yukihime, menina, você arrasou ! Parabéns por te vencido o concurso em primeiro lugar, realmente merecido ! >3<
    --
    Ótima postagem Neil ! ><
    P.s.: Note que você ganhou os parabéns de uma leitora classe A. Classe Amadora. -qq... Tá.. esquece... Ninguém quer saber, mesmo ;-;

    O segundo e o terceiro lugar estarão na Página do Face e/ou do blog ? Queria ver ._. ~vc: '' vai procurar, sua inútil ! OwO'' ~

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    1. O Segundo e Terceiro Não serão mostrados, a não ser que vocês façam uma pedição /a' Mas eu tenho ideia de quem são, também. E sinceramente, nada se comparam com este.

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    2. NEIL CREPPYPASTA DE MOGEKO CASTLEEEEEEEEEEEEEEEEE

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  6. "Dois dias depois, o corpo de um garoto de quatorze anos foi encontrado às margens do rio Tietê." Só pude rir hahahah, amei.

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  7. Antes de tudo tenho que aproveitar essa deixa pra escrever
    Vitória é Vitória!

    Comentário:
    Perdeu uns ponto por puxar o saco da Niel, só por isso não deixaria esse texto ser o vencedor, mas o que sei da vida, neah?
    Fora isso essa Vitória escreve muito bem... Parece a Kanako!
    Obs: Não estou puxando saco.

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  8. Agora deu vontade de jogar essa versão kkkk

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    1. Eu também! Queria ouvir os sussurros da Mika! Um dia podiam gravar os efeitos sonoros da creepypasta e pôr na Creepypasta! Seria legal

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  9. Realmente, muito maneira a creepypasta, Vitória você tem jeito para escrever creepypastas, poderia escrever mais eu leria com toda certeza ^^


    Meus parabéns

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  10. to com medo =( agora eu tenho medo do oni me pegar, mas seria legal se ele existisse.

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  11. aff é serio eu to com muito medo to vendo vultos dele po$# aff pq vc fe essa creepypasta eu to com muito medo eu ouvi alguem nas escadas

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  12. por acaso a menina que escreveu a creepypasta morreu?

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    1. Não. Ela tá viva lol Vivinha e falando comigo inclusive. Ela não jogou a versão 7.6 ainda -q

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  13. OMG! HAHAHA

    Que Creepypasta incrível!! Concordo com a "~Bia"! Isso com certeza daria uma fanfic! E uma das boas!

    Parabéns à Yukihime pelo primeiro lugar~
    Ela mereceu :3
    Quero dizer, nem sei @_@ Não li as que ficaram em terceiro e em segundo lugar ainda 'u'

    Mas anyway, tô com medo agora. HEUEHUEHU (Quem mandou ler, sua medrosa?)

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  14. Cara , se eu tivesse a base do ao oni , eu faria um jogo dessa creepypasta *-*

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  15. Comentário meio atrasado, mas meu Deus, que creepypasta boa! A Yukihime deveria mesmo escrever mais, porque já fazia tempo que eu não lia algo que me deixasse tão inquieta aqui na cadeira.

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  16. eu estou tremendo até agora por causa dessa creppypasta, cara meu sangue gelou :< MEDO >:

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  17. vocês vão postar mais creepsypastas aqui?

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  18. Já tenho medo de Ao Oni pois assisti ele quando eu tinha 6 anos, agora eu tive que ler uma creepypasta... ;-;

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  19. mano eu achou essa historia muito queria jogou original tiveser essa coisa que essa historia colocou

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